21 de ago. de 2010

Chama Crioula 2010

Então aconteceu o evento que marca o inicio dos festejos da semana farroupilha. Sim, o acendimento da Chama Crioula com antecedência de um mês da semana farroupilha é o primeiro passo para a comemoração dos nossos festejos.

Este ano o acendimento da Chama Crioula foi na cidade de Itaqui, fronteira oeste do Rio Grande do Sul. No dia 14 de agosto a comunidade itaquiense e o grande público vindo de todos os cantos para assistir esse feito que eu considero histórico, pode presenciar às margens do rio Uruguai um acendimento de uma chama gerado apatir de quatro centelhas, foram elas: a missioneira, a itaquiense, a argentina e a uruguaia.

Este grande feito representa um laço de união e uma demonstração de que nossa tradição não tem fronteiras, nos revela que a chama que queima nesta pampa é apenas uma e que devemos respeitar e saber distinguir cada dia mais os costumes e valores de um povo.

Tive a honra de poder ajudar a Renita e o Pentiado (grandes responsáveis pelo evento), nos três dias que estive em Itaqui, e por este motivo aqui deixo os meus parabéns aos dois que com ajuda de uma bela equipe de trabalho tão bem conduziram esta festa.

Em 2011 a Chama Crioula será acendida na cidade de Taquara/22ª RT em comemoração aos 50 anos da Carta de Princípios.

16 de ago. de 2010

Simples como uma Prenda e um Peão

Assim são meus amigos Marcelo e Sugley, simples pessoas que hoje carregam os mais altos títulos que um peão e uma prenda possam carregar, a faixa e o crachá de 1º Prenda e Peão da CBTG.




A moça da Amazônia que correu atrás de seus sonhos e hoje chegou a 1ª Prenda da Confederação, a moça que lutou quase que solita para hoje representar o nosso movimento fora e em qualquer canto que seja do nosso país, a moça de olhar sereno, sorriso franco e se me permitir a palavra, a moça que não carrega consigo nenhuma frescura, essa é sim a moça que representa verdadeiramente a prenda gaúcha.

E se você não acreditar em minhas palavras, simplesmente olhe a imagem acima, repare no sorriso caloroso, no vestido simples de corte e cores corretas, no cabelo solto e no rosto quase que sem nenhuma maquiagem. Observe a imagem e note uma ligeira diferença nesta moça, que mesmo sem ser sul rio-grandense é com certeza uma típica representante da mulher gaúcha, ao menos daquela mulher que tanto se busca caracterizar como defensora de seu solo, de sua tradição e de uma história que tanto buscamos em livros e por vezes não ultrapassam os parágrafos literários alcançando as nossas salas de reuniões e de bailes.

E esse rapaz, bueno, o Marcelo é um cara que se eu escrever muito bonito já estaria tirando o que ele tem de melhor e mais puro, qualquer palavra "de domingo" seria o suficiente para encobrir a sua simplicidade e humildade. Um amigo que se abala de Boa Vista por duas vezes até o RS a meu convite, um amigo que não tem tempo ruim, aonde qualquer canto serve, tudo ta bom e que fica maravilhado com qualquer forma e expressão de amizade, qualquer manifestação corriqueira aos nossos olhos já é suficiente para encantar o moço, simples assim como um aperto sincero de mão.

Todos os momentos devem ser registrados com uma fotografia, diz ele, porém não sabe o Marcelo que o orgulho é do Rio Grande em ter alguém com o seu carater defendendo a nossa bandeira Brasil afora, a imagem do homem campeiro esta presente nesse rapaz, no andar, nos gostos e apegos tradicionais, nas longas conversas ocasionais. Simplesmente encontrei em um amigo que mora no outro extremo do país a confiança necessária para abraçar uma causa de parceria e com total certeza seguir fielmente defendendo o nosso tradicionalismo.

Aqui ficam algumas palavras
Para estes dois amigos do peito
Escrevo com muito respeito
Um verso de minha lavra
Simples como essas pessoas
Fica aqui o meu abraço
Nesta singela homenagem
Em mais um texto que faço


4 de ago. de 2010

Prendas e Peões Regionais - 3ª RT


PRENDAS
1ª – VENISSA MASSAIA AGUIRRE
2ª – DIANA JUCIELI RIBEIRO
3ª – LIARA DE OLIVEIRA

PRENDAS JUVENIS

1ª – EDUARDA AMARAL EHLERT
2ª – DARIELI TAIANA CARLSON
3ª – YAÇANA FINGER MARCON

PRENDAS MIRINS
1ª – ANA MARIA KOLLING LAMARQUE
2ª – FERNANDA NASCIMENTO DA SILVA
3ª – IOHANA DELEVATI FERNANDES

PRENDAS DENTE DE LEITE
1ª – RAFAELA PIRES
2ª – MILENA LEIRIA TEIXEIRA
3ª – LAIS VICTORIA KRETSCHIMER

PEÂO FARROUPILHA
LUIS OTAVIO SCARAMUSSA AGUILAR
PEÂO FARROUPILHA DESTAQUE CAMPEIRO
JOÃO HENRIQUE R. SCHULZ
PEÂO FARROUPILHA DESTAQUE ARTISTICO - CULTURAL
JOLZER HECK DA CRUZ

GURI FARROUPILHA
BRUNO DOS SANTOS KAMIEN
GURI FARROUPILHA DESTAQUE CAMPEIRO
ELOI JUNIOR DA SILVA
GURI FARROUPILHA DESTAQUE ARTISTICO CULTURAL
LEONARDO SOARES

PIÁ FARROUPILHA
LEONARDO GUSTAVO FIM ZEMOLIN
PIA FARROUPILHA DESTAQUE CAMPEIRO
LUCAS HENSING BRATZ
PIA FARROUPILHA DESTAQUE ARTISTICO CULTURAL
LISSANDRO AUGUSTIN

PIÁZITO FARROUPILHA
GIORDANO MACIEL DA SILVA
PIAZITO FARROUPILHA DESTAQUE CAMPEIRO
CARLOS EDUARDO CORREA RIBEIRO
PIAZITO FARROUPILHA DESTAQUE ARTISTICO CULTURAL
ADRIANO SÁVIO MENEGUINI FILHO

Zeca Netto

Nasceu no Jaguarão-Chico na sede da estância da família (Rincão dos Netto) no dia 24 de junho de 1854.

Filho de Florisbelo de Souza Netto e Raphaela de Mattos Netto, era trineto de Dionísio Rodrigues Mendes por parte de mãe e também tinha como ancestreal, Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera. Ele trazia em suas raízes genealógicas sangue dos primeiros desbravadores e colonizadores do Brasil.

Dioníso e Jerônimo de Ornelas são considerados os dois primeiros sesmarianos do Rio Grande do Sul. Ao 12 anos, já em Porto Alegre, estudava no Colégio Fernando Ferreira Gomes, onde se encantou com
a história romana e seus feitos militares. Com 18 anos foi morar no Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola de Engenharia do Exército, ficando lá por um ano.

Depois voltou para retomar os negócios da família na República Oriental del Uruguay. Antevendo a queda do império, retorna ao Rio Grande do Sul e alinha-se às ações dos republicanos Em 1892 é nomeado delegado de polícia em Camaquã onde depois de 4 meses recebe a patente de Tenente Coronel do Estadio Maior da Guarda Nacional. Na Revolução Federalista de 1893, teve forte atuação na região sudoeste do estado, atritado ambiente político do R.S. devido à constituição estadual extremamente positivista e concentradora de poderes no Executivo, e a forma de Estado do Brasil, o qual, apesar de nominalmente federalista, portava-se como se unitário fosse. Os maragatos, então, pegaram em armas contra os pica-paus. Irrompe a revolução de 1923, Netto alia-se ao movimento sendo o primeiro chefe a levantar-se em armas no sul rompendo-se do PRR - Partido Republicano Riograndese. Em 1924 se exilou no Uruguai, regressando em 1930; inicia a reconstrução de seu bens, depredados em sua ausência. Em 1908, Netto, como homem metódico e empreendedor, mandou vir da Itália algumas famílias da região arrozeira daquele país, afim de iniciar seus empreedimentos de forma racional. Com a experiência da agricultura do velho mundo, implantou a orizicultura sob a forma de parceria nas estâncias Galpões, Coxilha, Barra Grande e Granja Netto. Zeca Netto usou os maiores Cabos-de-Guerra do mundo ocidental como fontes de insipração para seus feitos militares.

Dentre eles estão César, Alexandre, o Grande, e Napoleão Bonaparte. Sua fama logo após a revolução de 1923 era cantanda nos galpões em forma de setilhas (estrofe rara de 7 versos). "Lá de trás daquele cerro Passa boi, passa boiada Também passa o Zeca Netto No seu cavalo tordilho Com o toso a cogotilho Repontando a chimangada Como tropa de novilho." Às sete horas do dia 22 de maio de 1948, na sede da Estância da Chacrá, impropiamente chamada de Forte Zeca Netto, faleceu aos noventas e quatro anos e foi sepultado no cemitério São João Batista em Camaquã, R.S., onde repousa até hoje no mausoléu que mandara fazer em memória de sua filha que falecera anos antes, Anna Theotonia.

O seu passamento teve repercução nacional. Seu maior feito foi militar; a tomada de Pelotas pelas forças maragatas em 29 de outubro de 1923.

A Arte da Declamação

Liliana Cardoso e Romeu Weber, dois grandes declamadores.

De uma forma poética poderíamos dizer que a declamação é a transpiração da poesia. É um ato onde a pessoa que declama externa os sentimentos retidos nos transcritos, levando os ouvintes a vivenciarem o que o poeta quis dizer em seus versos.Segundo algumas orientações do Movimento Tradicionalista Gaúcho, o declamador deve ter uma postura cênica sóbria e sem exageros, inclusive na indumentária. No palco, segundo o poeta Colmar Duarte, o declamador deve portar-se “como quem nada teme, porém a ninguém afronta”.Os gestos devem ser os mais naturais possíveis, como quem conta uma história. A mímica é um recurso auxiliar, não podendo se sobrepor a interpretação vocal.O tom de voz deve ser o tom natural do declamador, pois ao impostar a voz de forma inadequada pode ocorrer como quem canta fora do tom, ou seja, desafinar ou não alcançar determinada inflexão.A dramaticidade é diretamente proporcional ao texto, mas sem “encarnar” o personagem como o ator de teatro. O declamador é apenas o portador da mensagem que o autor traz para os ouvintes. A mensagem deve ser transmitida com a maior sinceridade e convicção possíveis, para que as emoções sejam sentidas por quem assiste. Para isso, não é preciso levar para o palco adagas, borrachões, bandeiras, etc...A diferença entre interpretação teatral e declamação é, portanto, esta: o ator finge ser um personagem, vestindo-se, pensando e agindo como tal. O declamador “conta” a história fazendo o possível para convencer as pessoas de que acredita no que está dizendo.Portanto, não é aconselhável chorar, gritar, exagerar nos gestos ou adereços que não façam parte da indumentária. Segundo José Severo Marques, em declamação todo excesso é pecado.Os julgadores de declamação observam muito os seguintes quesitos: a) Fundamentos da voz (dicção, impostação e inflexão). b) Expressão (facial e gestual). c) Fidelidade ao texto d) Transmissão da mensagem poética.A declamação é uma arte quase que obrigatória nos diversos eventos artísticos do Rio Grande. Em nenhum outro Estado nota-se tamanha dedicação pela declamação. Existem milhares, isto mesmo, milhares de declamadores espalhados aos sete ventos desta velha província de São Pedro. É de prache, nos Centros de Tradições Gaúchas, nos galpões de fazendas, as pessoas receberem seus convidados com belos retrechos de poemas. As prendinhas, os piazitos, desde cedo, vão se embrenhando nestes meandros e, cada qual com seu estilo, retratam histórias, aventuras, ficções, bravuras do povo riograndense, arrancando as mais entusiásticas admirações por serem transmissores do pensamento poético. Em suma, o declamador é a garganta do vate.

Honório Lemes da Silva

Conhecido como "O Leão do Caverá" nasceu em Cachoeira do Sul, RS em 23 de setembro de 1864 e morreu em Santana do Livramento em 30 de setembro de 1930 foi tropeiro e pequeno proprietário pobre e quase analfabeto que, patriota, liberal convicto e admirador de Gaspar da Silveira Martins, ao rebentar a revolução federalista, em 1893,ingressou como simples soldado nas fileiras revolucionárias, chegando ao posto de coronel. Terminada a luta em 1895, voltou a se dedicar às lides campeiras.Em 1923 voltou a pegar em armas, dessa vez para lutar contra a posse de Borges de Medeiros, que havia sido reeleito para o quinto mandato consecutivo no governo gaúcho. Em novembro do ano seguinte voltou a rebelar-se, dessa vez em apoio aos jovens oficiais militares que, liderados por Luis Carlos Prestes, sublevaram unidades do Exército no interior gaúcho contra o governo do presidente Artur Bernardes. Em 1925 foi preso e levado para Porto Alegre, porém, conseguiu fugir e exilou-se na Argentina. Apoiou a candidatura presidencial derrotada de Getúlio Vargas em 1930.Exerceu a profissão de carvoeiro, e deixou sua família na extrema miséria após sua morte, poucos dias antes do início do movimento armado que levaria Vargas à presidência da República.